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COVID-19: gestão com responsabilidade

Marisabel Luchesi 5 de maio de 2020 Comente!

Gestores da Assistência Social, em geral, já tiveram uma ou mais experiências com emergências ou calamidades públicas. Chuvas em excesso, provocando enchentes, deslizamento de encostas, incêndios em favelas, desabamento de imóveis. No entanto, a atual pandemia de COVID-19 que assola o mundo tem características e peculiaridades ainda mais desafiadoras.

As medidas de isolamento/distanciamento social e de higienização, somam-se aos fatores socioeconômicos que já colocavam a população em risco. Torna-os mais vulneráveis e ainda mais suscetíveis aos impactos da pandemia, considerando-se sua já complexa realidade social.

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Os impactos de médio e longo prazos ainda são difíceis de mensurar. Mas, infelizmente já podemos perceber o agravamento da situação socioeconômica de grande parte da população. Observamos relatos do aumento de problemas emocionais e de ordem psíquica, aumento da violência. Soma-se a isso a crescente dificuldade em prover as necessidades básicas. Aliados ao grande contingente de miseráveis e pobres, soma-se agora um imenso número de brasileiros, que trabalhava de maneira informal. O distanciamento social vem impossibilitando que essa população trabalhe. Assim, não conseguem mais prover suas necessidades básicas. 

A inexistência e/ ou a demora em implementar ações de proteção social, por parte do Estado, pode agravar ainda mais um quadro que já possui proporções gigantescas. Por esse motivo é necessário que os gestores, em conjunto com os trabalhadores e conselhos, possa planejar e implantar desde ações simples e de curto prazo até estratégias de longo médio e longo prazos.

Qual o papel da Assistência Social diante desse quadro?

Com a oficialização do estado de calamidade pública nas mais diversas regiões do país, e em diferentes níveis da federação, muita coisa muda para os agentes públicos. Com o decreto, secretários e prefeitos têm mais poder para adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços públicos. Tem, ainda, impactos ainda no que se refere a Lei da Responsabilidade Fiscal. Possibilita que o Executivo gaste mais do que o previsto no orçamento e descumpra as metas fiscais para que possa custear ações de combate à pandemia. Os decretos têm como foco manter o distanciamento social, restringindo o comércio e adotando medidas para o trabalho remoto.

As ações específicas no campo da assistência social, se referem em especial a concessão de benefícios eventuais previsto no SUAS dentre outras seguranças que devem ser afiançadas nesse momento. O Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências pode também oferecer um bom referencial para os gestores e equipes diante do atual cenário. Os objetivos de curto prazo envolvem: 

  • Provimento das necessidades básicas com garantia da oferta de gêneros alimentícios e de higiene e limpeza;
  • Articular a rede socioassistencial e de políticas públicas para atender as necessidades identificadas;
  • Promover o acesso a benefícios.

formulário benefício eventual

Como organizar a equipe e o trabalho a ser feito?

O primeiro passo deve ser verificar a equipe que dispõe após serem afastados os maiores de 60 anos e os que se enquadram no grupo de risco. É importante equalizar a redução da equipe às novas atribuições que serão propostas. Nesse momento, é importante a participação de toda a equipe no processo de planejamento, monitoramento e avaliação das ações implantadas ou a implantar. Esse fator vai auxiliar o gestor a identificar os resultados e a corrigir, se for o caso, o rumo das ações.

O gestor precisa, ainda, identificar perfis e utilizar as habilidades dos profissionais para otimizar os recursos humanos e materiais. Nesse momento, ter uma equipe com comprometimento e valorizada é crucial para o êxito do trabalho. Avaliar com a equipe o volume de trabalho e a melhor forma de distribuir os profissionais nos serviços que não poderão ser suspensos, ou realizados remotamente. Organizar o fluxo de trabalho e de informações para que o atendimento possa ser agilizado. 

A equipe precisa ser orientada com relação a gravidade da situação e aos procedimentos básicos de prevenção ao COVID-19. Como gestor, também será importante divulgar para toda a equipe informações confiáveis e oficiais, em relação a pandemia e ao desenvolvimento do trabalho, de modo a manter a equipe bem informada e motivada. Tenha em mente, igualmente, que o atendimento das pessoas em risco e vulnerabilidade social já é bastante estressante por si só. Nesse momento, esse desgaste da equipe estará intensificado.

Leia também: 9 dicas de ferramentas para a produtividade dos profissionais do SUAS

Promover o cuidado com sua equipe, capacitando-a para desenvolver o trabalho e para cuidar-se, se torna imprescindível nesse momento. Além disso, estabeleça canais de escuta e comunicação com sua equipe. É importante, que todos se sintam acolhidos em suas dúvidas e dificuldades, para poder acolher a população. Você pode fazer também reuniões periódicas, preferencialmente online, para avaliar o trabalho e acolher os profissionais. Fazer uma escala de trabalho, com sistema de rodízio, por exemplo, pode aumentar a segurança de toda a equipe. Lembre-se que trabalhar sob forte pressão pode levar muitos profissionais ao stress e a doenças decorrentes deste.

Quais ações podem ser efetivadas diante da COVID-19?

Para cumprir objetivos da assistência social nesse momento, podemos listar algumas ações efetivas que atendem também a necessidade de isolamento e distanciamento social necessários ao enfrentamento da COVID-19. Essas ações, não só efetivam a proteção social, como também evitam a ida dos usuários aos equipamentos:

  • Elaborar uma lista territorializada dos beneficiários  do PBF e do BPC, público prioritário da Assistência Social. (Este texto, apesar de tratar do Programa Criança Feliz, pode lhe ajudar na tarefa);
  • Estabelecer planos, rotinas e procedimentos para o contato com essas famílias, buscando identificar a situação de cada família em relação as necessidades básicas, cuidados médicos, sintomas da COVID-19, entre outras; 
  • Oferecer remotamente orientações sobre a COVID-19, reforçando a necessidade de manter o isolamento social;
  • Disponibilizar apoio e atendimento psicossocial remoto para as famílias que forem identificadas, visando o não agravamento das situações de risco ou violência;
  • Oferecer atendimento psicossocial remoto para os membros das famílias que apresentarem quadros depressivos, de ansiedade etc. em função da pandemia. Se necessário, encaminhando para atendimento terapêutico ou psiquiátrico;
  • Manter as campanhas contra a violência familiar, doméstica etc. veiculando massivamente pelas redes e mídias sociais, oferecendo canais de denúncia;
  • Com base nas listas territorializadas, verificar as situações que vêm sendo acompanhadas pelo PAIF e PAEFI, SCFV e demais serviços dando prioridade na entrega de cestas básicas de alimentos e produtos de limpeza na residência do usuário;
  • Planejar alternativas colaborativas e cooperativas para gerar renda: identificar usuários que estão trabalhando em casa, com produtos artesanais, usuários que são produtores rurais ou de alimentos, dentre outros e auxiliar na divulgação de seus trabalhos;

Dica: 5 estratégias para divulgar as ações do seu equipamento e secretaria de Assistência Social

  • Divulgar cursos online que possam capacitar os usuários;
  • Promover ações solidárias da sociedade civil;
  • Criação de canal de comunicação instantâneo, via WhattsApp, por exemplo, para facilitar o acesso da população a informações sobre direitos e benefícios;
  • Intensificar a utilização das mídias sociais, inclusive do WhatsApp, para a disseminação de informações locais, medidas adotadas pelo município e orientações quanto ao isolamento social;
  • Fortalecer o atendimento das pessoas em situação de rua, realizando abordagem social em conjunto com a saúde, levando informações sobre a pandemia e oferecendo alternativas para que não fiquem nas ruas;
  • Estabelecer parcerias que possam potencializar as ações da assistência social.

Conclusão

Em síntese, cada gestor precisa identificar as vulnerabilidades, bem como as especificidades do seu município e agir com responsabilidade. Nunca, na história recente, nossas ações refletirão tanto na sociedade em geral.

Busque alternativas e estratégias para atender a população, mas também para garantir a segurança da sua equipe e dos usuários. A contribuição do SUAS para o isolamento e distanciamento social é extremamente importante para o combate ao COVID-19. Lembre-se: é necessário manter as pessoas em casa!

Leia mais

  • O que fazer contra a Covid-19?
  • 5 dicas para se trabalhar com equipes socioassistenciais reduzidas
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Sobre Marisabel Luchesi

Marisabel Luchesi

Assistente Social Especialista em Políticas e Práticas de Assistência Social pela Faculdade Paulista de Serviço Social de São Paulo. Consultora com ampla experiência na capacitação, treinamento e supervisão de equipes profissionais nos temas afeitos a Assistência Social. Sólidos conhecimentos de gestão, regulação do SUAS, implantação e execução de serviços socioassistenciais. Ampla experiência na coordenação de processos de planejamento, elaboração de Planos de Ação, Planos de Trabalho, Planejamento Orçamentário e Plano Municipal de Assistência Social e MROSC. Na área privada possui larga experiência na Gestão de Organizações da Sociedade Civil e na coordenação da implantação e execução de serviços socioassistenciais, elaboração de projetos em conformidade com o MROSC, desenvolvimento institucional e capacitação de profissionais e diretoria.

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