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Trabalho Social com Famílias no PAIF

Neljanira Oliveira 28 de agosto de 2018 Comente!

As inovações na Assistência Social, introduzidas com a publicação da Política Nacional de Assistência Social em 2004, possibilitaram maior aproximação com as pessoas que usam esta política, bem como maior entendimento para profissionais sobre situações encontradas no interior familiar e nos territórios, que podem levar às situações de vulnerabilidades.

Com isso, é possível buscar formas de prevenir e enfrentar tais situações, a partir da organização de um trabalho baseado no reconhecimento da oferta dos serviços e benefícios socioassistenciais como dever do Estado e direito das famílias e indivíduos.

A partir da instalação dos Centros de Referência de Assistência Social em todo o país, é criado um espaço para informações e esclarecimentos, trocas de experiências, fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, entre outras ações; tudo a partir do olhar técnico de profissionais que formam a equipe de referência para oferta do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, o PAIF.


Saiba também: Qual a diferença entras as Oficinas do PAIF e as Oficinas do SCFV?

Como desenvolver o Trabalho Social no PAIF?

O PAIF é o principal serviço desenvolvido no Centro de Referência de Assistência Social e este equipamento deve, obrigatoriamente, desenvolver o PAIF. Não pode haver a instalação de CRAS sem a oferta deste serviço, por meio do qual se desenvolve o Trabalho Social com Famílias.

A equipe de referência do CRAS tem uma parcela importante de responsabilidade no desenvolvimento do Trabalho Social com Famílias no PAIF, pois ele é viabilizador de direitos de cidadania para indivíduos e famílias que ainda estão invisíveis ao poder público e sem acesso a algumas ofertas que são de toda a sociedade.

Para desenvolver o Trabalho Social com Famílias, a equipe de referência necessita estar capacitada e livre da visão tradicional do assistencialismo e clientelismo; além disso, deve pensar e planejar ações que envolvam a família como um todo, evitando atendimentos de forma segmentada. As ações devem estar pautadas na prevenção, proteção e na proatividade.


A efetividade desse trabalho dependerá, em grande parte, de:
  • Equipe de referência com profissionais dispostos (as) a realizarem pesquisas sobre as condições de vida das famílias;
  • Adequado conhecimento do território onde o CRAS está inserido;
  • Articulação intersetorial fortalecida;
  • Planejamento e análise de ações, além de avaliações constantes;
  • Incentivo à participação de usuários (as) no planejamento e avaliação;
  • Compreensão do conceito e fortalecimento da prática interdisciplinar.

Entenda melhor as ferramentas a disposição: A Instrumentalidade na prática do Assistente Social


Para definir a forma de trabalho social a ser empreendido, a equipe de referência do CRAS precisa considerar o contexto em que as famílias estão inseridas, as condições socioeconômicas e culturais, analisando e relacionando a dimensão individual e coletiva das situações vivenciadas que podem levar às vulnerabilidades.  A partir disso, é possível definir estratégias de superação e ações mais eficazes, na direção do acesso e apropriação dos direitos, e consequente melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Ações que integram o Trabalho Social com Famílias

O Brasil é um país com realidades sociais e econômicas diferenciadas; nessa direção, o desenvolvimento das ações para as famílias não pode ser padronizado e sim levar em conta o planejamento conforme as demandas e potencialidades locais, levantadas por meio de pesquisas no território, e o gerenciamento do Trabalho Social com Famílias, que irá qualificar as ações. A equipe deve estar atenta, também, à necessidade de articulação entre estas.

Sintetizando, as ações são as seguintes:


AÇÕES SIGNIFICADOS
Acolhida Ação fundamental do PAIF, é o momento inicial para compreender os vários significados das demandas, vulnerabilidades e necessidades das famílias ou indivíduos. É a ocasião para fornecimento de informações sobre as ações do CRAS, sobre a rede socioassistencial e demais políticas setoriais, por isso a acolhida pode ser individual ou em grupo. É uma atividade realizada exclusivamente por profissional de nível superior da equipe de referência.
 

Oficinas com Famílias

 

São encontros planejados e organizados, voltados para a concretização de objetivos de curto prazo, que devem ser conduzidos por técnicos de nível superior do CRAS. As oficinas podem levar a uma reflexão sobre determinados temas que sejam de interesse das famílias, podendo serem propostos por elas próprias. Pela sua potencialidade, é uma das ações mais importantes do PAIF.
Ações Comunitárias São ações voltadas para alcance de objetivos no território, de uma forma geral, e possibilita alcançar um número maior de pessoas do que nas oficinas. Favorecem a comunicação, a mobilização social e o protagonismo, além de fortalecer os vínculos na comunidade e a participação cidadã. É um instrumento de destaque na prevenção de situações de vulnerabilidade.
Ações Particularizadas São os atendimentos que a equipe técnica realiza de forma individualizada, para a família ou algum membro desta. Essa ação é de indicação do (a) técnico (a) que fez a acolhida ou a pedido da família, devido a alguma situação que requeira sigilo; pode acontecer no CRAS ou em domicílio.
 

Encaminhamentos

São procedimentos para orientar e conduzir famílias e indivíduos a outros serviços do SUAS ou de outras políticas públicas. Os encaminhamentos promovem o acesso aos direitos de cidadania, quando feitos de forma efetiva. Essa ação requer normatizações e fluxos de atendimento, além de contatos permanentes com os outros serviços socioassistenciais e os outros setores, a fim de retorno sobre o atendimento.

O Trabalho Social com Famílias não se pauta em “apenas executar as ações do PAIF”; é imprescindível entender que as demandas levadas ao CRAS por cada família e/ou indivíduo, podem resultar de situações que envolvem violência, desproteção social, preconceitos e desigualdades. Portanto, estas demandas não devem ser vistas como particular de cada pessoa, mas como situações encontradas no território que merecem atenção e atuação da equipe do PAIF.

Não se pode deixar de citar as dificuldades no trabalho social, como por exemplo a ausência de rede de proteção social no território ou famílias que recusam atendimento ou acompanhamento. A equipe também precisa estar preparada para estas ocorrências, que merecem análises e registros com objetivo de colocar em discussão com a gestão, visando encontrar formas de superá-las e aperfeiçoar o trabalho.

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Gerenciando o Trabalho Social

De uma forma geral, um trabalho realizado precisa ser acompanhado, a fim de verificar se os objetivos traçados para ele estão sendo alcançados; no Trabalho Social com Famílias não é diferente e nem deve, pois este merece um acompanhamento mais rigoroso. Esse acompanhamento vai possibilitar qualificar as ações.

Tão importante quanto a execução do Trabalho Social com Famílias no PAIF é o gerenciamento deste trabalho, na medida em que é um instrumento de gestão que incorpora atividades importantes para execução da direção, planejamento, organização, monitoramento e avaliação. A responsabilidade pela organização gerencial do Trabalho Social com Famílias é do (a) coordenador (a) do CRAS, mas requer o apoio da Vigilância Socioassistencial, envolvimento da equipe de referência, além da importante contribuição das famílias usuárias do PAIF.

Vejamos o que significa cada item do gerenciamento do Trabalho Social:

Planejamento: é o ato de direcionar o trabalho a ser realizado, com vistas a administrar os acontecimentos e alcançar os objetivos propostos; deve analisar recursos materiais e humanos disponíveis. É necessário um cronograma de reuniões para o planejamento, onde deverá ser discutido as situações a serem enfrentadas e as estratégias a serem empregadas.

Direção: é o ato administrativo para orientar e coordenar a realização de
tarefas já planejadas.

Organização:  é a fase em que se definem e se providenciam os recursos necessários para o cumprimento de uma ação, como por exemplo definição de responsabilidades nas atividades.

Monitoramento: é um processo imprescindível para o acompanhamento permanente das ações executadas; é o momento de aferir cada etapa, a fim de tomar de medidas corretivas, caso seja necessário, na intenção de cumprir as finalidades preestabelecidas.

Avaliação: momento onde a equipe irá analisar os aspectos de efetividade, eficácia e impactos das ações, sempre comparando com o propósito traçado. A avaliação possibilita aprimoramento ou o redirecionamento, visando ao cumprimento dos objetivos.

A reafirmação do PAIF como um serviço socioassistencial depende, também, do seu eficiente gerenciamento, porque isso profissionaliza o Trabalho Social com Famílias e direciona a equipe de referência para que não realize apenas um atendimento individual e burocrático, focado em métodos modeladores e verticalizados.

Além do mais, deve-se ter como princípio a emancipação das famílias e indivíduos, ultrapassando atitudes de tutela e de descrédito no potencial de superação das situações de vulnerabilidades vividas.

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Referências

  • Norma Operacional Básica – NOB/SUAS 2012;
  • Trabalho Social com Famílias do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF/2012 –  Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
  • Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS/2009 –  Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

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Sobre Neljanira Oliveira

Neljanira Oliveira

Neljanira é graduada em Serviço Social, pela Universidade Católica de Salvador (2003), possui pós graduação em Gestão de Estratégias em Recursos Humanos e em Docência da Educação Ambiental para a Cidadania e Sustentabilidade. Tem experiência na área de Gestão da Política de Assistência Social, assessoria a Conselhos de Políticas Públicas, capacitação de equipes de trabalho e elaboração de projetos sociais; além disso, já atuou como coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e em Programas Habitacionais/Minha Casa, Minha Vida. Atualmente atua na Prefeitura Municipal de Serrolândia, como técnica responsável pela gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e coordenadora do Projeto Social do Programa Minha Casa, Minha Vida.

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